quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Os ódios e a propaganda.

Na sequência da nota à Imprensa emitida pela direção da Acréscimo a 8 de outubro último, intitulada A indústria papeleira portuguesa – mitos e realidade”, foi rececionado neste blogue o comentário que se transcreve na íntegra:

A propaganda atingiu o seu clímax histórico com o Sr. Himmler.
A receita (que nunca mais se perdeu) era misturar meias verdades, com mentiras descaradas e ligá-las com ódio. Muito ódio.
É o que leio aqui. Propaganda (se a houver) não se combate com mais propaganda. É por isso que venho criticando a Acréscimo (e a sua direcção) depois de me ter entusiasmado e iludido com a sua criação.
João M. A. Soares

Á partida poderia tratar-se de um entre muitos comentários que pululam na Internet. Todavia, o mesmo é subscrito por alguém que ocupou cargos de relevo no setor florestal nacional: presidente do Instituto dos Produtos Florestais (organismo extinto), diretor-geral da Direção-Geral Florestas (atual Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas), secretário de Estado das Florestas, outros a nível da União Europeia e na FAO, bem como na administração ou de assessoria às administrações de empresas da indústria de pasta e papel, para além de ser um dos principais mentores do Manifesto pela Floresta contra a Crise, publicamente lançado no semanário Expresso no final de 2011.

A leitura do comentário permite retirar uma única conclusão: a incapacidade para contra argumentar seriamente os pontos expostos pela Acréscimo.

O mesmo é referir que, as “mentiras descaradas” e as “meias verdades” apontadas pela Acréscimo não são as “mentiras” e as “meias verdades“ que se quer fazer crer. Regista-se assim o estrondoso incómodo.

Quanto a “ódios”, está a indústria longe de os merecer. Há sim que considerar a existência de diferentes visões sobre política florestal, diferentes visões sobre o funcionamento dos mercados, diferentes visões sobre a sustentabilidade dos recursos, diferentes visões sobre onde se deve centrar a estratégia de empresas que sobrevivem à custa desses recursos, das famílias e do Território. Diferentes visões que podem levar a diferentes/melhores resultados dos atualmente constatados. Contudo, regista-se que, na falta de contra argumentação, sempre é mais fácil recorrer à adjetivação.

A referência a um dos mentores do nacional-socialismo está pura e simplesmente fora de contexto e propósito, não merecendo sequer comentário.

Sobre entusiasmos e ilusões: desiludam-se os que identificaram a Acréscimo como mais uma marionete. Efetivamente, ao contrário destas, não estamos para venda nem para aluguer. Estamos sim disponíveis, como desde o início o comunicámos, para abraçar parcerias que se enquadrem no conceito de desenvolvimento sustentável e nos princípios de responsabilidade social.

Reforçamos por isso o último parágrafo da nota de 8 último:

Seguramente, não é este o tipo de investimento, extrativo e insustentável, que a Acréscimo defende para os espaços florestais e para o setor industrial de base florestal em Portugal.

2 comentários:

  1. Ambos sabemos que eu tenho razão quando falo de "ódio, muito ódio". É pena que seja misturado de forma capciosa num debate que podia ser sério. Por mim, estamos conversados. Jsoares

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  2. Definitivamente, creio estarmos perante um problema de comunicação, ou da falta dela (não que se tenha tentado). Não vislumbro a que "ódios" faz referencia. Muito provavelmente, "vêem-se" vínculos que não existem. Aliás, o que caracteriza actualmente a Acréscimo é a ausência de vínculos de âmbito sectorial, corporativo, financeiro ou politico-partidário.

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